Na edição 2024/2025, o programa buscará fortalecer as políticas de educação para cidadania digital e vai atender jovens do ensino fundamental II ao superior
A SaferNet Brasil concluiu a seleção e terá três estudantes como embaixadoras do programa Cidadão Digital, que está iniciando neste mês de novembro sua edição 2024/25, a quinta desde o início do projeto, que tem apoio da Meta.
O Cidadão Digital é um programa de educação entre pares em temas relacionados à cidadania digital criado em 2020. Nesta edição, jovens de 18 a 24 anos serão treinados para conduzir atividades para ajudar outros jovens a terem melhores experiências digitais.
Os temas das atividades são definidos pela escola junto com a Safernet dentre quatro eixos temáticos pré-definidos:
- Segurança, privacidade, criptografia e reputação online;
- Respeito, empatia e relações seguras na internet;
- Bem-estar e saúde emocional online;
- Educação midiática e combate à desinformação.
Nas quatro edições anteriores, 59 jovens, de todos os estados brasileiros, foram selecionados como embaixadores e co-criaram com a SaferNet 2125 atividades educacionais que beneficiaram 215 mil jovens e adolescentes e 70 mil educadores pelo país.
Este ano, o programa passou por uma grande renovação. “Nós teremos embaixadoras jovens, as mais jovens de todas as edições, a Júlia, por exemplo, está ainda no ensino médio. A gente está dando mais atenção para ações na região norte, que é uma região que traz muitos desafios de conectividade e é importante que a gente possa oferecer atividades continuadas na região. E com uma embaixadora em Belém já estamos articulando com escolas e outras organizações para realizar atividades por lá até abril do ano que vem, quando termina essa edição do projeto”, afirma Juliana Cunha, diretora da SaferNet Brasil.
Ivaneza Ferreira Sousa, 21 anos, Pará
Natural da comunidade de Pedreira, no município de Moju, no Pará, Ivaneza atualmente vive em Belém, mas não deixa de mencionar em seguida que é uma mulher negra, ribeirinha, do “médio Rio Moju”. Ela estuda Ciências Sociais na Universidade Federal do Pará (UFPA).
“Minha trajetória é marcada pelo engajamento em causas sociais, políticas e ambientais e pela promoção da educação política e debates sobre cidadania, democracia e participação social”, afirmou.
No Cidadão Digital, Ivaniza quer ampliar a inclusão digital e o acesso à informação em comunidades ribeirinhas e periféricas. “Quero promover o empoderamento das populações tradicionais, conectando suas vozes e demandas com o mundo digital”.
Julia Fernandes, 18 anos, São Paulo
Natural de São Paulo, Julia está concluindo o Ensino Médio e mora no extremo leste da Capital e atua com produções jornalísticas autorais desde os 15 anos, fazendo documentários e reportagens sobre temas normalmente invisibilizados pela grande mídia.
Esses registros são publicados no projeto “LiaComunica”, no Instagram e no Tiktok – que atualmente conta com mais de 1 milhão e meio de visualizações e mais de 300 mil curtidas.
No Cidadão Digital, Julia “gostaria de motivar os jovens sobre o direito que todos possuímos em relação à expressão, liberdade e transformação dos nossos territórios – principalmente através da internet que, atualmente, nos possibilita alcançar qualquer parte do mundo”.
Luana Lira, 21 anos, Minas Gerais
Estudante de jornalismo na UFMG, Luana começou a se envolver com ativismo aos 16 anos, quando tornou-se líder de um clube Girl Up na escola técnica em que estudava em São Paulo, onde nasceu e morava. “Com o clube, publicamos o Meninas que Escrevem, um livro escrito por meninas do Brasil todo com o intuito de mostrar a força da literatura jovem”, conta.
Depois disso, Luana seguiu envolvida “em ações que defendem o poder da juventude, porque acredito que não somos apenas o futuro, já somos o presente!”
No Cidadão Digital, Luana afirma que deseja “plantar uma semente nos jovens com quem eu tiver contato, ajudando-os a entenderem que o mundo digital não é uma terra sem lei para ninguém, afinal existem deveres e direitos para todos que vivem nele”.
Participação social
Na sua quarta edição, o Cidadão Digital fortaleceu significativamente a rede de participação jovem e a agenda de políticas públicas para jovens por meio da participação em todas as etapas da 4a Conferência Nacional da Juventude, levando a este espaço de participação social um reflexo das várias realidades da diversidade regional brasileira com as quais o programa conviveu nos últimos quatro anos. Todo esse esforço culminou na eleição do ex-embaixador do programa, Gustavo Barreto, a uma das vagas da sociedade civil no Conselho Nacional da Juventude (Conjuve).
“Ocupar uma vaga no Conjuve é um marco importante na trajetória do Programa Cidadão Digital, que busca engajar jovens em temas de cidadania digital e apoiar políticas voltadas para o uso responsável e seguro da internet. Agora, temos a oportunidade de representar e atingir, cada vez mais, adolescentes e jovens que lidam com os desafios de uma era hiperconectada. É também uma chance de levar o debate sobre educação e cidadania digital para espaços importantes, onde são discutidas políticas de proteção e apoio às crianças, adolescentes e jovens”, afirma Barreto.
“Ter um ex-embaixador no Conjuve abre novas oportunidades de debatermos educação e cidadania digital em organismos que discutem políticas de proteção de crianças e adolescentes e políticas para a juventude”, afirma Juliana Cunha.
Para esta quinta edição, o foco é o fortalecimento de políticas para jovens relacionadas à cidadania digital e reforçar as redes de participação de jovens e adolescentes mobilizados.
O objetivo é fortalecer a participação e o protagonismo de jovens e adolescentes, fazendo-os se engajar nos temas que envolvem a juventude e a agenda educacional.
O CD 5 seguirá focando em engajar o sistema nacional da juventude e a rede pública de ensino, de modo a assegurar o envolvimento de jovens capacitados em discussões sobre cidadania digital e políticas públicas para jovens.
Agenda pelo país
Assim como nas edições anteriores do programa, o Cidadão Digital percorrerá escolas do país. E a turnê do programa não poderia ter começado de maneira melhor, com uma agenda realizada durante o G20 Social, no Rio de Janeiro, no Colégio Pedro II, no campus Realengo II, na zona oeste da capital fluminense. Veja como foi.
Na última sexta-feira (22), às 10h20, a diretora da Safernet, Juliana Cunha, apresentou a quinta edição do programa ao falar sobre Mediação Parental durante a 7ª Conferência Tecnologia e Infância, promovida pelo Ministério Público da Bahia.
E na próxima terça-feira (26), em São Paulo, pela manhã e à tarde, a SaferNet estará no Centro da Criança e do Adolescente (CCA) Sítio da Casa Pintada, mantido pela Prefeitura de São Paulo, na região de São Miguel Paulista, onde a embaixadora Júlia realizará três atividades do Cidadão Digital para estudantes que frequentam o CCA.
Se você deseja que a sua escola receba uma atividade do Cidadão Digital, preencha o formulário na página do projeto. Os temas das atividades a serem desenvolvidas são definidos pela escola com a equipe da Safernet.
Sobre a SaferNet
A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital e o programa Cidadão Digital.
Texto publicado em 25/11/2024
Safernet Brasil
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