Foto: Jean Victor
Luzes e ação tomaram conta da Praça da Matriz, onde mais de 200 artistas apresentaram, na noite desta sexta-feira (11/4), a comovente encenação da Paixão de Cristo. Com apoio da Prefeitura de Lauro de Freitas, o evento proporcionou momentos de reflexão e alegria, e emocionou a multidão que acompanhava o espetáculo.
Com coreografias contemporâneas, ballet clássico, Música Popular Brasileira (MPB), canções religiosas e raízes culturais baianas, o elenco formado majoritariamente por moradores do município, celebrou 25 anos de existência da peça, renovando a tradição cristã e emocionando o público, que lotou a praça em troca de 1 kg de alimento não perecível.
Desde cedo, famílias se reuniam no centro da cidade para acompanhar de perto cada detalhe da produção. Entre elas, Carmelita Santana, de 48 anos, que aguardava ansiosa pelo início da apresentação. “Meu filho está lá, entre os dançarinos. É a primeira vez que assisto, e já estou arrepiada”, confessou. Para ela, a troca do ingresso por doações simboliza mais que acesso à cultura. “É um gesto de amor ao próximo, que combina perfeitamente com a mensagem de Cristo”, concluiu.
Os atores se preparavam para mostrar no palco o resultado de toda preparação. Andréa Magalhães, de 38 anos, estreante no elenco, ajustava seu figurino, enquanto se preparava para entrar em cena. “Estou nervosa, mas feliz. Pisar neste palco é um desafio sagrado”, disse, minutos antes de entrar em cena. Sua fala ecoou o sentimento de outros artistas, muitos deles iniciantes.
Às 19h, foi anunciado o início da jornada bíblica. Jesus, interpretado pelo ator Amós Heber, surgiu entre a multidão ao lado dos discípulos para contar essa história de uma forma única e a cena da Última Ceia ganhou tons especiais com projeções de luz.
Mas foi na crucificação que o público silenciou. O momento, encenado com efeitos de som e iluminação técnica, arrancou lágrimas de Maria José Santos, 65 anos, espectadora fiel há uma década. “A ressurreição sempre me emociona. Essa história precisa ser conhecida e relembrada sempre. Para que a gente nunca esqueça”, disse emocionada.
Alan Nery, diretor-geral do espetáculo Paixão de Cristo da Bahia, destacou o legado de Duzinho Nery, idealizador do projeto e já falecido. “Ele sonhou com um espetáculo que unisse arte e fé, e hoje vemos esse sonho vivo”, afirmou Nery. A produção, que contou com coreografias de Bal Britto e Hemilly Rodrigues, manteve a essência religiosa, mas inovou com elementos contemporâneos como: música e coreografias.
Ao final, enquanto Jesus “ascendia” em meio a fogos e cantos de esperança, o público se levantou em aplausos. No espaço, o público conta com infraestrutura de arquibancadas e banheiros químicos para o conforto.
Aqueles que não puderam acompanhar a encenação desta sexta, têm a oportunidade de participar neste final de semana, dias 12 e 13/4, às 19h. Os interessados devem levar 1kg de alimento e realizar a troca pelo ingresso no local.
