O vereador Fábio Carvalho (MDB), único representante de seu partido eleito em Lauro de Freitas, tem movimentado o cenário político local ao demonstrar interesse em integrar a base de apoio à prefeita Débora Régis (União Brasil). Segundo Carvalho, sua intenção é contribuir para o crescimento do município, mas sua posição pessoal ainda não foi formalizada com a direção do partido.
“Minha intenção é, de fato, ajudar o município a se desenvolver. Já tive uma conversa inicial com a prefeita e não vejo problema em me unir à sua base, mas ainda não discutimos isso formalmente. Estou apenas aguardando a oportunidade para essa reunião, mas a disposição para colaborar existe”, afirmou o vereador em entrevista ao Política Livre.
Carvalho destacou que a decisão é exclusivamente pessoal e que as tratativas partidárias serão realizadas em momento oportuno. “Essa não é uma decisão do MDB, é uma posição minha, como vereador. A questão partidária será tratada posteriormente. Já tive um encontro com o partido em outubro e vou participar de outro em breve”, explicou.
No entanto, o posicionamento do vereador gerou uma resposta contundente dentro do MDB. O ex-ministro Geddel Vieira Lima, uma das figuras mais proeminentes do partido, criticou qualquer postura individual que contrarie a orientação partidária. “Não existe essa figura de posição individual do Vereador Fábio, do Vereador A ou B. O mandato proporcional pertence ao partido, a jurisprudência é clara e quem quiser tomar posições individuais sem conversar com o partido ou contrariando a orientação partidária, vai se deparar com o estatuto e com muita dor de cabeça”, declarou Geddel.
A fala do ex-ministro reflete o entendimento consolidado de que, em um sistema de mandato proporcional, o cargo político pertence ao partido, e não ao parlamentar. Durante as eleições, o MDB esteve coligado com Antônio Rosalvo (PT), adversário de Débora Régis, o que torna a possível adesão de Carvalho à base governista um ponto delicado para a sigla.
Apesar das críticas, o vereador Fábio Carvalho reforçou sua intenção de contribuir com a gestão municipal, mesmo sem um alinhamento formal entre o MDB e o governo local. “Na conversa com a prefeita, manifestei minha vontade de ajudar no que for necessário. Não falamos sobre uma adesão partidária à base, apenas sobre minha disposição pessoal de contribuir com o governo”, concluiu.
O desdobramento da situação promete agitar as próximas semanas da política em Lauro de Freitas, especialmente com a aproximação das reuniões internas do MDB, onde o caso será debatido.