Uma operadora de vendas de Salvador receberá indenização após ter sido alvo de comentários ofensivos por parte do gerente da loja C&A Modas S.A. Segundo a funcionária, enquanto mantinha uma boa relação com os colegas, sofria constantes humilhações por parte do superior, que a chamava de “gorda” e afirmava que sua aparência física era um obstáculo para sua promoção. Além disso, ele a apelidava, junto com outras duas funcionárias, de “Gordinhas de Ondina”, em referência à escultura Meninas do Brasil, da artista Eliana Kértsz, que retrata três mulheres gordas e está localizada no bairro de Ondina, em Salvador. A operadora também relatou que o gerente fazia comentários depreciativos sobre sua alimentação, mencionando, por exemplo, que ela comia coxinhas. Testemunhas confirmaram as ofensas.
A C&A foi procurada para comentar o caso, mas ainda não se posicionou.
Na decisão, a Justiça do Trabalho reconheceu que a funcionária foi submetida a um ambiente humilhante e determinou o pagamento de uma indenização equivalente a um salário da trabalhadora. A operadora recorreu, alegando que as ofensas constantes justificariam um valor maior, mas o desembargador Valtércio de Oliveira manteve a decisão, argumentando que, embora o comportamento do gerente demonstrasse desprezo, o valor estipulado era proporcional. A 5ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) confirmou a decisão da 31ª Vara do Trabalho de Salvador, mas ainda cabe recurso.