O Ministério Público do Trabalho (MPT) declarou que os 163 trabalhadores chineses resgatados no canteiro de obras da fábrica da BYD em Camaçari (BA) foram vítimas de tráfico internacional de pessoas. Segundo o órgão, a situação foi caracterizada como exploração laboral em condições análogas à escravidão.
O caso veio à tona no último dia 23 e, na quarta-feira (26), houve uma audiência com representantes da BYD, da empreiteira Jinjiang Group — contratada pela fabricante chinesa e responsável pela contratação dos trabalhadores —, e do MPT.
Durante a reunião, as empresas questionaram a avaliação das autoridades brasileiras, negando que os trabalhadores tenham sido vítimas de tráfico ou submetidos a condições degradantes. No entanto, ambas concordaram em abrigar os trabalhadores em hotéis até que seja firmado um acordo para o encerramento dos contratos.
O MPT reforçou que segue acompanhando o caso e trabalhando para assegurar os direitos dos trabalhadores resgatados. A situação gerou grande repercussão, levantando debates sobre as condições de trabalho em grandes obras e as responsabilidades de empresas contratantes.