Um ano após o colapso da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, a nova estrutura que liga os estados do Maranhão e Tocantins foi inaugurada na segunda-feira (22). A ponte, que cruza o Rio Tocantins na altura dos municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), restabelece o tráfego na BR-226, rota estratégica para o transporte de pessoas e mercadorias entre as regiões Norte e Nordeste do país.
A obra foi executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e recebeu investimento de R$ 171,97 milhões. Com 630 metros de extensão, 19 metros de largura e vão central de 154 metros de comprimento, a estrutura dispõe de:
- duas faixas de rolamento de 3,6 metros;
- dois acostamentos de três metros;
- barreiras de proteção; e
- passagem para pedestres.
Para garantir a segurança do tráfego, no fim de semana anterior à inauguração, foram realizados cerca de 20 horas de testes estruturais, segundo Fábio Nunes, diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT.
Construída na década de 1960, a antiga ponte apresentava problemas estruturais mesmo após reparos realizados em 2021. Em 22 de dezembro de 2024, o vão central cedeu e provocou o colapso da estrutura. Pelo menos 14 pessoas morreram.
O desabamento causou uma crise logística na região. Caminhoneiros passaram a utilizar rotas alternativas, enquanto a travessia do Rio Tocantins passou a ser feita por balsas. Diversas cidades enfrentaram impactos na infraestrutura urbana. Desde então, o DNIT tem atuado na recuperação das vias afetadas e na reconstrução da ponte.
Escoamento da produção agrícola
De acordo com o Governo Federal, a ponte representa uma rota estratégica para o escoamento da produção agrícola e industrial. A estrutura reforça o eixo rodoviário que conecta o Matopiba, fronteira agrícola formada por áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a região concentra cerca de 19% da produção nacional de soja. Entre as safras de 2013/2014 e 2022/2023, a colheita de grãos no Matopiba avançou de 18 para 35 milhões de toneladas, um crescimento de 93%.
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