Ao chegar em casa após um longo dia de trabalho, o investigador da Polícia Civil da Bahia, Silvestre Antônio do Sacramento, costumava colocar a farda e o distintivo no peito do pequeno Silvestre Júnior. Esse gesto, movido pelo amor à profissão, fez nascer no menino o desejo de também se tornar policial.
“Ele dizia: ‘Eu vou ser polícia, papai’”, lembra Silvestre. Quando o menino começou a crescer, o pai passou a explicar a rotina da profissão. “Aos 18 anos, ele já dizia com convicção que queria ser policial. Eu ficava muito orgulhoso, e assim ele foi crescendo”, relembra.
Júnior foi se inspirando nas vivências, experiências e conversas com o pai. O filho, por sua vez, também serviu de inspiração para Silvestre, que decidiu voltar a estudar e se formou em História. Quase na mesma época, Júnior se formou em Direito.
“Cresci vendo meu pai exercer essa profissão que, costumo dizer, é o melhor emprego do mundo: combater o mal, proteger os indefesos… E a forma como ele fez tudo isso me fez amar essa carreira”, destacou Júnior.
Pai e filho sempre estiveram lado a lado, trabalhando juntos na mesma instituição, no mesmo cargo e na mesma lotação. “Ele é meu amigo, meu parceiro, meu irmão. Uma joia rara que Deus me deu e que não precisei lapidar”, exaltou o pai.
Silvestre atuou por 41 anos na Polícia Civil. Na última quarta-feira (6), ele se aposentou, deixando para o filho a missão de dar continuidade ao belo trabalho desenvolvido ao longo do tempo. Antes da aposentadoria, foi agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito da Polícia Civil e com o título de Cidadão Santo-Antoniense, na cidade onde era lotado.
“Tenho plena consciência do legado que carrego e espero manter vivo esse exemplo de honra, integridade, honestidade e dedicação”, finalizou o IPC Júnior.