Data de publicação: 12 de Agosto de 2025, 03:00h
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou os primeiros resultados do Projeto Ouro Brasil, iniciativa geocientífica para o mapeamento e estudo detalhado das ocorrências de ouro no território nacional. Publicado no Journal of South American Earth Sciences, o estudo mostra dados obtidos ao longo dos últimos quatro anos para identificar os parâmetros morfométricos e microquímicos do ouro.
Realizadas em uma área-piloto ao sul do Quadrilátero Ferrífero mineiro, as análises conduzidas por empresas de mineração nas últimas décadas (nenhuma delas ainda resultando em descobertas economicamente viáveis), mostraram que a área é considerada de exploração inicial para a mineração industrial. Apesar de sua localização estratégica e relevância histórica, há uma notável carência de dados sobre os estilos e controles da mineralização aurífera associada à Zona de Cisalhamento Congonhas-Itaverava. “Este trabalho é fundamental, pois apresenta dados novos e robustos sobre o ouro aluvionar da Zona de Cisalhamento Congonhas-Itaverava, contribuindo para preencher uma lacuna significativa no conhecimento geocientífico dessa região”, explica Cassiano Castro.
O Projeto Ouro Brasil também tem áreas-piloto no Rio Madeira, em Rondônia; Sudeste do Tapajós, no Pará; e no oeste de Pernambuco. A metodologia será aplicada em outras regiões auríferas do Brasil com o objetivo de criar um banco de dados nacional que contribuirá para o entendimento metalogenético acerca das principais províncias e distritos auríferos do Brasil. O acervo do SGB já conta com 30 mil partículas de ouro e as análises no território nacional devem começar a partir de 2026.
O SGB e a Polícia Federal firmaram, em 2024, um Acordo de Cooperação Técnica que prevê a troca de experiências e o uso de conhecimento geocientífico para fortalecer a rastreabilidade do minério. Com isso, os dados produzidos pelo SGB passam a subsidiar diretamente o trabalho da Polícia Federal em áreas sob investigação. “Dar visibilidade ao trabalho técnico do SGB é fundamental para destacar a relevância da pesquisa científica no setor mineral e seu papel na proteção dos nossos recursos”, destaca a equipe responsável pelo projeto. O público-alvo do estudo inclui especialistas, jornalistas e todas as pessoas interessadas no tema da mineração responsável. O SGB disponibiliza outros conteúdos relacionados ao projeto, como o episódio do programa Papo Geológico que aborda as tecnologias e estratégias utilizadas na pesquisa do ouro. O episódio pode ser conferido pelo https://www.youtube.com/watch?v=d7hs27uf8Jo.